O tema é um pouco espinhoso, no entanto, é EXTREMAMENTE importante ser abordado, pois é cada vez maior a incidência de pessoas viciadas em pornografia. Em meu consultório a prevalência dos casos seguramente é do sexo masculino, porém isso não quer dizer que a parcela de mulheres viciadas em pornografia passe despercebida.
Na verdade, não é de hoje que o erotismo, os atos libidinosos e a sexualidade têm sido os temas mais frequentes nas minhas consultas. O aviso que venho dar é em relação ao quanto essas situações aumentaram de forma exponencial durante a pandemia. Seguramente essa situação agravou-se demais, a “intensidade/proporção” de casos cresceu desenfreadamente.
Sabemos que a satisfação sexual é algo inerente à vida humana e às vezes ela “é capaz” de mover o indivíduo a fazer loucuras em busca de prazer, seja individualmente ou com os próprios parceiros.
O que me faz pensar, que desde nossos primórdios, o sexo ocupa uma importância gigantesca na vida dos seres humanos, mas atualmente com a evolução da tecnologia e a facilidade para encontrar materiais dessa natureza, aliados ao anonimato que a internet permite faz com que milhões de pessoas se satisfaçam por conta própria em detrimento a vida de casal.
O X da questão é quando essa autossatisfação “passa” dos limites e o indivíduo perde o controle ao ponto de deixar isso interferir na sua rotina. Talvez o melhor momento para ligarmos a luz de alerta é a partir do instante que percebemos as tarefas diárias deixando de ser cumpridas, ou seu desempenho no trabalho passa a ser comprometido, a busca pela parceira (o) já não ocorre com aquela frequência habitual…e por aí vai! Pode até parecer exagero o que irei citar aqui, mas é muito comum o vício em pornografia chegar a trazer transtornos significativos no âmbito social do viciado.
O cidadão que convive com o vício começa a ter dificuldades em distinguir o que é real e o que faz parte do entretenimento nesses vídeos adultos. As relações sexuais com sua parceira (o) deixam de ser prazerosos, pois na maioria das vezes o indivíduo faz comparativos com o ator que tem o órgão sexual de 2 metros e ereções que duram mais de um ano bissexto…sem contar que as atrizes estão sempre munidas de orgasmos múltiplos, dentre tantas outras situações que geralmente não fazem parte do seu dia a dia.
O estrago é tão grande e comprovado que com o passar do tempo e o consumo contínuo, a pessoa procura por tipos de vídeos cada vez mais “diferentes”, e por vezes até mais violentos, o que pode levá-lo a disseminar tais comportamentos nas suas relações sexuais.
Não estou aqui para lhe dizer que um filminho aqui e acolá não possa fazer parte da sua vida ou relação, afinal de contas eles também têm o poder de dar uma apimentada nas relações, mas lhe peço pra prestar atenção até onde eles podem estar interferindo na sua vida sexual real e com isso retroalimentando essa necessidade de consumir cada vez mais pornografia em busca de um “prazer utópico”.
Se você sente que está passando por essa situação, não perca tempo e me envie uma mensagem, vamos sentar e conversar!
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